Tempestade

OCriS PODCAST - Temporada 2022 - Episódio 05

Experimento sonoro colaborativo presencial realizado no dia 06 de setembro de 2022 no Laboratório de Música e Sonoplastia da Universidade Federal do Tocantins, câmpus Palmas.

Participações: Andrey Tamarozzi (xilofone soprano e voz), Arthur Paião (xilofone baixo e voz), Hudson Ralf (xilofone alto e voz) e Jairo Faria (piano e voz)

Direção: Heitor Oliveira (flauta e voz)



Diário de bordo

A partir da escuta acusmática e de retornos recebidos de outros/as ouvintes, o grupo avaliou que o experimento anterior - Não é você, sou eu - teve caráter bastante dinâmico e comunicativo. Os sons do piano exerceram papel de conectar os diversos elementos. Os sons produzidos com folhas de jornal evocam referências diversas (como fogo) que vão além do material em si. O uso da palavra e de um tema agrega a escuta semântica e é fator decisivo para objetividade e sustentação de interesse do experimento. A temática escolhida permite conectar com diversas experiências e oscilar entre abordagens corriqueiras e inusitadas.

Do ponto de vista do desenvolvimento da metodologia de improvisação, a retrospectiva dos dois primeiros experimentos chama a atenção para dois aspectos: a pausa como primeira ação sonora, relevante para enquadrar a escuta e a autogestão do/a atuante durante a improvisação; a construção de roteiros, delimitando diferentes momentos, como estratégia para apresentações artísticas baseadas em improvisação de ações sonoras.


Imagem metaforicamente ilustrativa.

O experimento da semana

O modelo de ação sonora da semana foi o ostinato, caracterizado pela intenção de repetir de células sonoras, explorando uma qualidade de experiência de temporalidade cíclica. Ao explorar essa ação sonora em conjunto, surgem interações sonoras baseadas no pulso e na simultaneidade, osicilando entre sincronia e assincronia, consonância e dissonância.

Ostinato (it.) Termo italiano que significa obstinado. É uma célula rítmica ou melódica, um motivo rítmico ou melódico, ou mesmo uma frase musical persistentemente repetidos.

Os materiais utilizados para desenvolvimento do experimento foram: três xilofones do instrumental Orff (soprano, alto e baixo), piano, flauta doce e um livro da peça "A Tempestade" de Shakespeare.

Para complementar o experimento, foram agregadas duas ações sonoras: a sustentação (vocal) e a leitura. Foi definido que a ação sonora de leitura teria caráter indeterminado (ou seja, abrir o livro e ler um trecho qualquer) e que a sessão de improviso seria concluída após a ocorrência da terceira leitura.

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