Experimento sonoro colaborativo presencial realizado no dia 26 de março de 2024, no Laboratório de Música e Sonoplastia, localizado no Complexo Laboratorial de Teatro, da UFT Palmas.
Participações: Ideglan Coelho e Jairo Faria
Direção: Heitor Martins Oliveira
Experimento da semana
Dando continuidade aos estudos da polirritmia, essa semana tivemos duas novidades.
A primeira novidade foi a camada sonora de solo. No contexto da SomAção, a prática do modelo de interação sonora polirritmia tem como diretriz prática a concatenação de três tipos de camada sonora:
- Pulso: camada sonora regular, contínua e rápida;
- Ostinatos: células rítmicas repetidas ciclicamente (podem ocorrer vários ostinatos diferentes);
- Solo: não-repetitivo, sempre variando, mas em diálogo com os processos rítmicos criados nas outras duas camadas.
Note-se que cada uma das camadas é um modelo de ação sonora por si mesmo. A diferença aqui são as diretrizes mais específicas para realização sob a égide de um modelo de interação sonora, a polirritmia. Sem essas especificações e relações, a simultaneidade de camadas sonoras em pulso, ostinatos e solo poderia alternativamente gerar burburinhos percebidos mais como paisagens sonoras do que como processos sintáticos musicais. E, talvez, a experiência de escuta de um experimento como o que estamos apresentando aqui possa inclusive oscilar entre essas duas maneiras de compreensão dos fluxos sonoros.
Imagem verdejantemente ilustrativa |
O modelo de interação sonora polirritmia baseia-se em práticas da música africana como descrito pelo compositor e musicólogo nigeriano Meki Nzewi em seu livro African Classical Ensemble Music. Outra referência é o modelo de improvisação chamado "Palhaço" criado pelo compositor e educador germano-brasileiro Koellreutter e descrito pela pesquisadora Teca Alencar de Brito no livro Koellreutter educador: o humano como objetivo da educação musical.
A segunda novidade foi o uso de instrumentos melódicos e harmônicos no contexto da polirritmia. Nesse caso, o desafio para os somantes é manter o foco da escuta nos aspectos rítmicos.
O experimento foi organizado em três momentos, intercalados por leituras de trechos aleatórios do livro Música na educação infantil: propostas para a formação integral da criança, também de Teca Alencar de Brito. (Uma quase coincidência citar dois livros dessa importante educadora musical nesse mesmo episódio.)
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