Formiguinha

OCriS PODCAST - Temporada 2023 - Episódio 2

Experimento sonoro colaborativo presencial realizado no dia 21 de março de 2023, no Laboratório de Música e Sonoplastia, localizado no bloco B, sala 07, da UFT Palmas.

Participações: Jennifer Miranda, João Carlos Parente, Sabino Sá, Thaíse Nardim, Whisllay Jr.

Direção: Heitor Martins Oliveira


Diário de Bordo

Ao comentar o experimento Início de Feira, produzido na semana anterior, o grupo compartilhou sua impressão de um resultado predominantemente caótico em meio ao qual se destaca um momento de coesão, próximo ao final.

As pausas parecem permitir um reenquadramento da escuta e a percepção da diferença entre os segmentos, principalmente a introdução novos andamentos.

Apesar da ausência da palavra neste experimento, a escuta permitiu construir um fiapo de narrativa a partir da apresentação gradativa das sonoridades no início do experimento e sua apoteose ao final.

Do ponto de vista do desenvolvimento da metodologia de improvisação SomAção, o estudo do modelo de ação sonora conta/pausa sugere mais exploração do campo do ritmo aditivo.


Imagem geometricamente ilustrativa

Experimento da semana

Para desenvolver o estudo e sessão de improvisação da semana, apresentei ao grupo o modelo de (inter)ação sonora circular harmônico. Este modelo de (inter)ação sonora está baseado na repetição cíclica de uma sequência de unidades harmônicas, como as famosas sequências de quatro acordes da música pop atual.

A expressão circular harmônico vem como tradução e adaptação das ideias de chord shuttles e chord loops, descritas pelo musicólogo inglês e estudioso da música popular Phillip Tagg, em seu livro Everyday Tonality

Tanto as expressões de Tagg, quanto minha adaptação buscam denotar a circularidade desse tipo de repetição harmônica e para a prática improvisacional da SomAção, sugerem a metáfora fecunda de um ônibus que fica passando pelo mesmo trajeto, do qual você pode embarcar e desembarcar.

No experimento, eu fiquei ao piano, executando um circular harmônico de quatro compassos no tom de Dó Maior. Foram definidas três áreas para os/as participantes: uma área coral, em torno do piano, na qual deveriam favorecer a construção melódica convergente com o circular harmônico; uma área com instrumentos de percussão, onde poderiam improvisar com ostinatos rítmicos e, por fim, uma área na qual poderiam improvisar com vozes divergentes do circular harmônico.

Para delimitar a duração do experimento, ficou estabelecido que após todas as pessoas passarem tanto pelos instrumentos de percussão, quanto pela experimentação com vozes divergentes, eu encaminharia a improvisação para sua conclusão.

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