Durante o semestre letivo 2019-1, uma atividade prática promoveu a interface entre ensino e extensão, abordando um mesmo material sonoro sob dois pontos de vista complementares.
Na edição e mixagem, os áudios resultantes dos processamentos foram sobrepostos ao próprio relato, criando uma textura de acompanhamento que pontua a narrativa. O fato de criar toda a sonoridade resultante a partir dos sons da voz da Mayra é o aspecto mais relevante desse exercício de criação, no que se refere ao estudo e desenvolvimento do material sonoro.
Na disciplina Técnicas de Expressão Vocal e Canto, os estudantes foram solicitados a gravar relatos, narrativas simples retiradas de suas próprias experiências de vida.
Na própria disciplina, esse exercício funcionou como apresentação e abordagem inicial da temática da primeira unidade do conteúdo programático: voz e identidade. O material é riquíssimo e favoreceu a compreensão de categorias para o estudo da voz, além de ser o ponto de partida para desenvolvimento e orientação das práticas vocais dos estudantes.
Na Oficina de Criatividade Sonora, parte do mesmo material foi retomado sob a perspectiva da recriação. Aqui, a escuta semântica, do sentido do relato, foi aliada à escuta reduzida, buscando identificar as características do material sonoro vocal. Em seguida, técnicas de processamento, edição e mixagem dos áudios foram empregadas na invenção e organização de texturas sonoras construídas a partir ou em torno dos relatos originais.
O trabalho resultou em duas faixas que são apresentadas abaixo.
Hotel abandonado
Em seu relato, a estudante Mayra de Albuquerque trouxe uma lembrança de infância. Uma narrativa com suspense e humor em que os recursos vocais refletem, de maneira espontânea, a força das memórias e as emoções que elas despertam.
Editando o áudio do relato, criei clipes curtos de gestos vocais extra-cotidianos. Pequenos impulsos em que o sentido é eclipsado pela expressão, ora pelo mimetismo (imitação de sons sugeridos pela narrativa), ora pelo registro agudo, ora por qualidades rítmicas. Esses clipes foram submetidos a processamentos no software Cecilia 5, um pacote gratuito de efeitos e transformações de sinal.
Editando o áudio do relato, criei clipes curtos de gestos vocais extra-cotidianos. Pequenos impulsos em que o sentido é eclipsado pela expressão, ora pelo mimetismo (imitação de sons sugeridos pela narrativa), ora pelo registro agudo, ora por qualidades rítmicas. Esses clipes foram submetidos a processamentos no software Cecilia 5, um pacote gratuito de efeitos e transformações de sinal.
Na edição e mixagem, os áudios resultantes dos processamentos foram sobrepostos ao próprio relato, criando uma textura de acompanhamento que pontua a narrativa. O fato de criar toda a sonoridade resultante a partir dos sons da voz da Mayra é o aspecto mais relevante desse exercício de criação, no que se refere ao estudo e desenvolvimento do material sonoro.
Estrada esburacada
Os relatos de Bianca de Melo, Maria Carolinna Torres e Sávio Danrlley convergem por abordarem seus percursos de chegada a Palmas e à UFT.
A edição alterna os relatos de tal forma que são apresentados em etapas e desenvolvidos paralelamente. Aqui, na escuta, eu e Gerlandio selecionamos as coincidências nos maneirismos da função fática da linguagem. A edição explora esses cacoetes vocais, construindo uma textura coral e uma estrutura rítmica.
O acompanhamento dessa faixa foi construído por meio de técnicas em parte de indeterminação e em parte intencionais, valendo-se dos materiais desenvolvidos nas diversas atividades da Oficina, de maneira não sistemática. Em encontro anterior às ocasiões em que foram realizadas as edições das gravações dos relatos, havíamos gravado improvisos de Gerlandio, explorando timbres do teclado eletrônico disponível no Laboratório onde o projeto é realizado.
As pistas resultantes desses improvisos foram agregadas à edição. Pontuações, mudanças harmônicas e de textura nesse acompanhamento instrumental ora parecem enfatizar aspectos das narrativas e dos gestos vocais, ora parecem seguir de maneira independente.
A edição alterna os relatos de tal forma que são apresentados em etapas e desenvolvidos paralelamente. Aqui, na escuta, eu e Gerlandio selecionamos as coincidências nos maneirismos da função fática da linguagem. A edição explora esses cacoetes vocais, construindo uma textura coral e uma estrutura rítmica.
O acompanhamento dessa faixa foi construído por meio de técnicas em parte de indeterminação e em parte intencionais, valendo-se dos materiais desenvolvidos nas diversas atividades da Oficina, de maneira não sistemática. Em encontro anterior às ocasiões em que foram realizadas as edições das gravações dos relatos, havíamos gravado improvisos de Gerlandio, explorando timbres do teclado eletrônico disponível no Laboratório onde o projeto é realizado.
As pistas resultantes desses improvisos foram agregadas à edição. Pontuações, mudanças harmônicas e de textura nesse acompanhamento instrumental ora parecem enfatizar aspectos das narrativas e dos gestos vocais, ora parecem seguir de maneira independente.
Comentários
Postar um comentário